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Microsserviços: quais são as vantagens de optar pela arquitetura?

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O termo microsserviços tem ganhado cada vez mais espaço no mercado, inclusive entre gigantes da tecnologia, por possibilitar uma revolução na abordagem de desenvolvimento.

O que torna esse modelo tão diferente é o formato de arquitetura utilizado no desenvolvimento de uma aplicação.

Em vez da abordagem tradicional, monolítica, os microservices fragmentam a aplicação a partir de suas funções básicas. Isto é, cada função se torna um serviço capaz de ser criado, implantado e utilizado de forma independente.

Na prática, isso quer dizer que cada serviço desenvolve a capacidade de funcionar (ou até mesmo falhar) independentemente, sem interferir ou prejudicar os demais sistemas.

Como você deve ter imaginado, esse formato de arquitetura carregado de vantagens já é utilizado por grandes corporações como a Amazon, Netflix e PayPal, entre muitas outras.

Neste artigo, vamos entrar em detalhes sobre o conceito de microservices: como funciona esse formato, as maiores vantagens e desvantagens nessa arquitetura, quando implementar a estratégia e outras dicas fundamentais.

Confira os principais tópicos do texto e continue a leitura a seguir:

Microsserviços**: quando e como utilizá-los em um projeto?**

A imagem mostra uma mão em destaque escrevendo em uma folha de papel branco. No desenho podemos ver três monitores de computadores em ramificação com uma nuvem.

Fonte: FreePik

O campo da tecnologia é famoso pelas “batalhas” entre diferentes sistemas e formatos que prometem otimizar a eficiência e os resultados de uma empresa, como Java e C#.

A proposta de microservices surge para adicionar um outro ingrediente à mistura, apresentando às corporações um novo jeito de estruturar os seus sistemas em nome da agilidade.

A antiga fórmula monolítica, que consiste em sistemas complexos e pesados, aos poucos dá lugar ao formato de microsserviço fragmentado, dando capacidade a sistemas tradicionais de serem mais eficientes e de produzirem com mais autonomia.

Para implementar a mudança em sua empresa com sucesso, é crucial considerar fatores-chave que podem comprometer o resultado do projeto.

Vale a pena transformar o sistema da sua corporação para o novo formato? Qual o melhor momento para migrar sua arquitetura monolítica para microservices? O que esperar da mudança?

Debruçar-se sobre esses questionamentos é o primeiro passo para encontrar a melhor fórmula para o seu negócio — e neste artigo, você vai entender por quê.

O que são microsserviços**?**

Antes de mais nada, é importante destrinchar o que é arquitetura de microsserviços para, enfim, compreender suas vantagens.

Trata-se de uma nova forma de construir sistemas (ou seja, uma arquitetura) a partir do desmembramento de suas aplicações em componentes independentes, a fim de valorizar a granularidade e, consequentemente, aplicações mais leves.

Assim, cada componente se torna um microsserviço que funciona de maneira autônoma, sem depender ou interferir em outros componentes.

Qual é a distinção entre microsserviços e APIs?

Como as APIs formam a camada do sistema que possibilita trocas de dados entre sistemas ou softwares diferentes, são as APIs as responsáveis pela comunicação entre microsserviços.

Isto é: embora cada objeto esteja fragmentado, todos esses objetos se comunicam entre si por meio de APIs, formando um sistema mais leve e não menos completo.

Dessa forma, facilita-se não apenas a implantação do formato microservices, mas também sua proteção e a manutenção dos serviços.

Como funcionam os microsserviços**?**

Afastando-se do formato tradicional de bloco monolítico, é possível perceber no formato microsserviços vantagens que justificam sua crescente fama.

Afinal, estamos falando de uma opção capaz de proporcionar máxima otimização no desempenho das DevOps: um relatório da consultoria O’Reilly aponta que 92% das empresas que utilizavam o formato microservices consideram a estratégia um sucesso.

Mas, afinal, como funciona essa arquitetura de sistema fragmentada? Com base na autonomia e na especialização!

Autonomia no funcionamento

Uma das maiores vantagens do modelo é que cada microsserviço é independente e autônomo, capaz de ser implementado, utilizado, escalado e reparado sem comprometer o funcionamento dos demais serviços.

Em outras palavras, um microsserviço não precisa compartilhar nenhuma linha de código com outro microsserviço: toda a comunicação é feita por APIs muito bem definidas e autônomas.

Dedicação à solução de problemas específicos

Imagine um sistema em que cada serviço é feito especialmente para compilar uma série de recursos capaz de solucionar um problema específico. É exatamente isso que você pode esperar dos microservices.

Mesmo que ao longo do tempo seja necessário acrescentar um ou outro código ao microsserviço, é só fragmentá-lo em serviços ainda menores.

Assim, você poderá contar com componentes especializados, dedicados justamente à solução de problemas específicos.

Quais são as diferenças entre arquiteturas monolíticas e microsserviços**?**

As arquiteturas tradicionais, monolíticas, condensam seus componentes em um grande bolo para que possam ser executados como apenas um serviço.

O problema é que, caso um dos processos apresente falha ou um pico de demanda, toda a estrutura do sistema deverá ser alterada.

Além disso, à medida que a base de código aumenta, cresce também a complexidade do aprimoramento de recursos, o que torna as possibilidades de experimentação mais limitadas e impõe desafios à implantação de novas ideias.

Como muitos processos são interligados e codependentes, aumenta-se o risco de falha. Afinal, se um componente cai, os outros caem também.

Na arquitetura de microservices, cada componente é independente, criado para executar apenas uma função.

Assim, cada microsserviço pode receber atualizações, alterações e manutenções separadamente para cumprir serviços específicos de uma aplicação.

Por que usar microsserviços**?**

Os microservices podem otimizar o desempenho das equipes, tornando até mesmo tarefas de rotina mais eficientes a partir do modelo de desenvolvimento distribuído.

Confira os principais benefícios por trás desse formato!

1. Aceleração dos ciclos de desenvolvimento

Se cada componente é independente, é possível direcionar vários desenvolvedores para trabalhar simultaneamente em uma mesma aplicação.

Dessa forma, os ciclos de desenvolvimento das aplicações são consideravelmente acelerados, o lançamento no mercado é mais rápido e a empresa ganha um tempo precioso!

2. Independência para escalabilidade

A autonomia dos microservices se estende à sua escalabilidade, citada como uma das principais vantagens do formato por 72% das empresas que responderam a uma pesquisa global sobre o tema.

Isso significa que, se a demanda por determinado serviço ou componente aumenta, é possível fazer implantações e alterações em servidores distintos para adequar a infraestrutura ao que se faça necessário.

Desse modo, cada microsserviço é capaz de ser escalado conforme a maneira mais adequada — o que pode tornar a manutenção da infraestrutura ainda mais barata, por conta de sua escalabilidade horizontal.

3. Facilidade para experimentação

Uma vez que os microservices possibilitam entregas constantes, fica mais fácil testar novas ideias e até mesmo descartar essas novas ideias em caso de falha sobre algum componente.

Afinal, cada microsserviço funciona em seu próprio microuniverso independente.

Consequentemente, se eventuais problemas não serão particularmente custosos para a empresa e a atualização do código ocorre de maneira eficiente, aumenta-se a facilidade para experimentação no sistema.

4. Abertura para a escolha de ferramentas e tecnologias

Os desenvolvedores têm total liberdade para escolher o melhor recurso ou ferramenta para solucionar um problema, o que garante à arquitetura de microservices uma abordagem plural, em nada generalista.

Ou seja, a equipe tem maior abertura para a escolha de ferramentas e tecnologias que se façam mais indicadas para cada caso!

5. Reutilização de aplicativos

Um software fragmentado em módulos reduzidos e bem definidos possibilita à equipe utilizar a mesma aplicação para finalidades distintas.

Em outras palavras, um recurso criado para atender a uma função específica pode ser reutilizado como componente de outro recurso sem que haja a necessidade de escrever um novo código.

6. Maior resistência à falhas

O microsserviço independente potencializa a resistência da aplicação a eventuais falhas.

Diferentemente do formato monolítico, em que o erro de um componente pode gerar a falha de todo o sistema, os microsserviços são independentes e não demandam a interrupção de todo o aplicativo em caso de problema.

7. Referência para domínios

Os microservices garantem uma referência clara e bem definida para domínios. Desse modo, se um componente fica responsável por seu usuário, esse componente também se tornará a única referência para alteração ou atualização de dados desse usuário.

Assim, se um outro serviço necessita de uma informação de um usuário, esse dado deve ser alcançado a partir do microsserviço que abriga esse dado.

É isso que acontece quando um internauta faz login em um site utilizando seus dados do Twitter ou do Facebook, por exemplo.

Quando utilizar microsserviços**?**

Quando falamos em microsserviços, vantagens e desvantagens podem se aplicar de forma diferente a cada empresa. Afinal, embora o formato seja utilizado por gigantes da tecnologia, os microservices podem não ser o modelo ideal para algumas corporações.

Apesar do potencial para acelerar os ciclos de desenvolvimento e antecipar resultados, garantindo maior flexibilidade às aplicações, os microservices também demandam cuidados adicionais para operarem com agilidade e segurança.

Por isso, recomenda-se a utilização do modelo a projetos de média ou alta complexidade, que justifiquem o investimento no formato de microsserviço para garantir sua operacionalidade.

Caso sua empresa esteja em busca de soluções tecnológicas para projetos de baixa complexidade, uma boa alternativa pode ser adotar um formato híbrido, que dispense o esforço extra de gerenciamento para funcionar da melhor maneira possível.

Sua empresa pode implementar os conceitos de microservices, arquitetura orientada a serviços (SOA) e interface de programação de aplicações (APIs) para que esses formatos coexistam e o sistema possa utilizar as vantagens de cada modelo conforme a necessidade.

Para descobrir se vale a pena aplicar o conceito de microsserviço à sua empresa, um bom ponto de partida pode ser as dicas de Lee Atchison em sua obra Architecting for Scale.

O primeiro passo é diagnosticar se a aplicação dispõe de um requisito específico de negócio: se seu serviço armazena ou utiliza dados sensíveis, como transações bancárias, é um forte candidato a se tornar um microsserviço.

Afinal, essas aplicações que lidam com dados críticos possuem distinções essenciais ao processo que executa e não podem funcionar da mesma forma que as demais.

Em seguida, você deve definir se vai dispor de uma equipe exclusiva para lidar com aquele serviço.

Se não existe ninguém “responsável” pela aplicação, ela tende a se tornar monolítica com o passar do tempo, especialmente se vários desenvolvedores de times distintos trabalham sobre o mesmo código.

Isto é, só é possível dispor de uma arquitetura de microservices se apenas um time ficar responsável pelo microsserviço em questão.

Por fim, faça uma análise sobre o tratamento de dados que a sua aplicação demanda. Se o seu serviço tem uma base de dados própria, acessada por meio de API, ele pode ser tratado como um microsserviço.

Caso os dados possam ser acessados a partir de outros serviços, o formato de microservices pode não ser o mais indicado.

Além disso, se é necessário compartilhar dados sobre um domínio específico entre serviços distintos, é possível que haja a necessidade de desmembrar os componentes em microservices.

Ou seja, se você deseja compartilhar dados não-críticos a respeito de fornecedores, um microsserviço pode centralizar essas informações em um só lugar.

E quando transformar uma arquitetura monolítica em microsserviços**?**

Migrando sistemas monolíticos para microsserviços? Alguns sinais podem te ajudar a identificar o momento ideal para trocar o formato que a sua empresa utiliza.

Antes de qualquer coisa, é indispensável entender qual a situação do processo para avaliar se vale ou não apenas fazer a migração para uma arquitetura mais leve e granular.

Para isso, você pode mensurar o quanto as práticas de integração e entrega contínuas estão automatizadas.

Essa etapa é essencial para a implantação da arquitetura de microsserviços, pois gerenciar os componentes independentes é um processo automatizado em sua quase totalidade.

Os microservices podem ser, ainda, uma boa ferramenta para lidar com a refatoração do sistema e seus códigos legados, que poderiam ter um funcionamento otimizado caso fossem reescritos em outra linguagem.

Caso você chegue à conclusão de que adotar a arquitetura de microservices de maneira integral pode não ser a melhor alternativa para a sua empresa, uma boa opção pode ser adotar seu meio termo, ou modelo híbrido.

Afinal, cada formato tem suas próprias vantagens e desvantagens, podendo ser mais (ou menos) indicado para cada necessidade.

A empresa que consegue absorver o melhor de cada modelo pode diversificar a composição de seus sistemas e, assim, utilizar seus serviços da melhor maneira possível.

Ou seja, se não há a necessidade de adotar um modelo exclusivamente de microservices, ou se apenas uma estrutura monolítica não é o suficiente para a sua empresa, você pode combinar os dois formatos em prol do seu negócio.

Da mesma forma, caso a estrutura monolítica esteja funcionando bem para a sua empresa, com processos bem definidos e consolidados, sem falhas ou falta de recursos, você não precisa mudar o modelo.

Sendo assim, o melhor formato é aquele que vai atender melhor às necessidades do sistema, da maneira que o seu negócio precisa.

Microsserviços e Open Banking: como estão relacionados?

A iniciativa do open banking, que visa descentralizar os dados financeiros e possibilita o compartilhamento de informações entre diferentes instituições financeiras, se beneficia da arquitetura fragmentada do microsserviço para garantir sua operacionalidade plena.

Como o formato de microservices garante segurança aos dados e elimina as chances de erros catastróficos, os microsserviços atendem às exigências de proteção e disponibilidade ininterruptas, além de serem capazes de suportar demandas crescentes.

Desse modo, o mercado financeiro se torna mais competitivo, pois otimiza a experiência do cliente e diversifica a oferta de serviços, seguindo à risca as regulamentações impostas pelo Banco Central sem comprometer a segurança das transações. Em outras palavras, uma boa notícia para as empresas, instituições de pagamento e entidades financeiras — e, sobretudo, para os clientes!


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