Você já ouviu falar em BDD? Essa metodologia ágil de desenvolvimento de aplicações te ajuda a encontrar falhas, bugs e gargalos antes que esses problemas possam causar conflitos em seus processos.
Baseada em constante colaboração entre diferentes setores, como desenvolvimento e negócios, essa técnica surgiu em 2003 como um contraponto à metodologia TDD, e desde então tem ganhado cada vez mais espaço no mercado.
Com foco no usuário, as técnicas do chamado Behavior Driven Development, ou Desenvolvimento Orientado por Comportamento, possibilitam a otimização das etapas de verificação e validação dos projetos em desenvolvimento.
Neste artigo, você vai descobrir as principais informações sobre essa nova prática, que oferece aos desenvolvedores a oportunidade de considerar o comportamento do usuário para compreender o que deve ser feito em cada projeto. Vamos lá!
Neste artigo, você vai conferir:
- BDD: como a metodologia funciona na prática?
- Como o Behavior Driven Development surgiu?
- BDD e TDD: como estão relacionados?
- Quais são os princípios que sustentam o framework do BDD?
- Quais são as principais técnicas de BDD?
- Quais são as vantagens que o BDD proporciona?
- Quais são as fases do Behavior Driven Development?
- Quais são os erros mais comuns em BDD?
BDD: como a metodologia funciona na prática? ↩
Fonte: Freepik
Como o nome sugere, o Behavior Driven Development (ou BDD) na prática é baseado no comportamento (“behavior”, em inglês), a partir de diversos testes que vão orientar a operação do software no decorrer de sua vida útil.
Como o software tem vida útil, aplicar atualizações para melhorar sua operacionalidade e prevenir eventuais bugs pode prolongar sua durabilidade, sem comprometer o sucesso da aplicação.
O ciclo de vida de um software pode ser afetado por inúmeros fatores, como arquitetura (ou infraestrutura), modelagem, tipo de tecnologia aplicada e aceitação do mercado, entre outros.
O problema é que nem toda equipe de desenvolvimento cria um sistema considerando que, eventualmente, aquele novo software vai deixar de corresponder às expectativas do usuário.
Isso quer dizer que atualizações constantes são etapas cruciais para qualquer software que queira se manter otimizado pelo maior tempo possível, e é nesse sentido que surge o conceito de BDD.
Trata-se de uma metodologia que prioriza o compartilhamento das informações e responsabilidades entre os times de desenvolvimento, qualidade e negócios, a fim de criar um produto que corresponda às expectativas do cliente em todo seu ciclo de vida.
Três conceitos formam o núcleo dessas técnicas: verificação, validação e atualização.
Afinal, não basta desenvolver um software ou sistema: é essencial testá-lo para melhorar suas funcionalidades, e criar códigos que satisfaçam as metas comerciais e as necessidades do cliente.
Isso também significa que o resultado final não se limita à satisfação do consumidor, mas se estende aos processos de desenvolvimento.
No fim das contas, isso só é possível a partir da comunicação eficiente entre os setores, da documentação dinâmica de cada etapa e de outras vantagens inerentes ao trabalho integrado de todas as partes, otimizando processos em efeito cascata.
Isto é, o Behavior Driven Development pode ser considerado uma junção de diferentes práticas ágeis e úteis em processos de desenvolvimento com foco em metas comerciais bem definidas.
Como o Behavior Driven Development surgiu? ↩
O conceito do que é BDD foi criado em 2003 pelo desenvolvedor Dan North, como uma resposta a outra metodologia de programação, a Test Driven Development (TDD), ou Desenvolvimento Orientado por Testes.
O especialista lecionava para uma turma de alunos sobre TDD, uma metodologia baseada na testagem exaustiva de novos sistemas, quando notou que seus estudantes levantavam dúvidas pertinentes, como por onde começar a testagem ou o que não precisava de testes.
Foi então que o programador começou a formular o conceito de Desenvolvimento Orientado por Comportamento, que combina estratégias de desenvolvimento ágil e encoraja a colaboração entre profissionais de diferentes áreas na criação de softwares.
Dessa forma, é possível contemplar uma visão mais coesa do projeto e desenvolver soluções conforme as expectativas do usuário final, atendendo às metas do negócio.
BDD e TDD: como estão relacionados? ↩
O próprio Dan North admite que apontar qual a diferença entre TDD e BDD não é tão simples assim: o desenvolvedor acredita que os dois conceitos são bastante parecidos, o que os diferencia é o grau de complexidade das equipes envolvidas.
Enquanto o TDD é voltado exclusivamente para times de programadores, desenvolvedores e profissionais de TI, o BDD pode ser aplicado por testadores, analistas e gerentes de projeto.
Isto é, o Behavior Driven Development surge a partir do Test Driven Development, mas demanda o envolvimento de diferentes setores para possibilitar a criação de produtos mais fáceis de serem operados ou compreendidos.
Quais são os princípios que sustentam o framework do BDD? ↩
O primeiro passo para entender como funciona o BDD é compreender que o framework é baseado em três princípios básicos.
Antes de qualquer coisa, os setores de negócios e desenvolvimento devem se referir a cada parte do sistema de forma coesa.
Além disso, cada parte desse sistema deve ser vinculada a metas identificáveis e verificáveis para o negócio.
Por fim, as tarefas de analisar, projetar e planejar devem ser tomadas de baixo para cima na cadeia hierárquica, a fim de garantir retorno crescente e agilidade ao projeto.
Quais são as principais técnicas de BDD? ↩
Descobrir a definição do conceito de BDD é só uma parte do trabalho. Também é necessário compreender que a metodologia pode utilizar diferentes técnicas para chegar a resultados otimizados.
Nesse sentido, uma das técnicas mais populares é a de Example Mapping, ou “mapeamento de exemplos”, relacionada às fases de descoberta e definição do projeto.
De maneira estruturada, a técnica de Example Mapping traz à tona dúvidas sobre o uso do produto que possam orientar as regras de negócio e os próximos passos do desenvolvimento.
Cada parte aponta as dúvidas que surgirem a respeito do uso do produto e depois, em uma conversa, essas questões serão sanadas de forma colaborativa.
A conversa só acaba quando todos os integrantes chegarem a um consenso de que a cobertura da história de uso do produto tenha sido a mais completa possível.
A técnica de 3 Amigos é bastante similar ao Example Mapping, mas com algumas distinções — por isso, é mais fácil de ser implementada e, consequentemente, mais popular.
Nesse caso, porém, em vez de esperar o fim da apresentação do produto para apresentar as dúvidas, os participantes trabalham de forma dinâmica, atendendo os questionamentos à medida que surgem na conversa.
Como esse formato é menos rígido, é essencial que os participantes tenham comprometimento máximo para garantir a melhor cobertura possível para o produto apresentado.
Embora as práticas de Example Mapping e 3 Amigos sejam as mais comuns, existem muitas outras que podem orientar o Behavior Driven Development de uma empresa, incluindo workshops de specification e discovery, entre outros.
Quais são as vantagens que o BDD proporciona? ↩
Ao contrário de anular as propostas de TDD, o método BDD busca somar vantagens ao método de testagem para garantir um resultado tão otimizado quanto possível — isto é, uma aplicação eficiente, que atenda aos propósitos por trás de sua idealização.
Nesse sentido, apontam-se diversas vantagens acerca da metodologia de Behavior Driven Development, incluindo comunicação entre as equipes mais eficientes, informações compartilhadas, geração de documentos mais dinâmica e visão coesa do projeto.
Confira os principais benefícios do sistema de Desenvolvimento Orientado por Comportamento!
1. Facilidade para a comunicação entre as equipes ↩
Na maior parte das organizações, nem sempre é fácil fazer com que as equipes de desenvolvimento e testers trabalhem de maneira conjunta em prol de um objetivo em comum.
No formato de Desenvolvimento Orientado por Comportamento isso não ocorre, pois os testers podem atuar na composição de diferentes cenários de testagem para que a equipe de desenvolvedores possa trabalhar em suas implementações.
Afinal, é a troca de ideias que possibilita a correção de mal-entendidos, o alinhamento de propostas e a detecção de bugs antes mesmo que aconteçam.
Dessa forma, todos os projetos vão se manter centrados naquilo que o negócio e o cliente realmente precisam, conforme as metas delimitadas, reduzindo ou até mesmo eliminando quaisquer ruídos na comunicação entre os envolvidos.
2. Compartilhamento de conhecimento ↩
Uma vez que devs e testers trabalham em conjunto no formato BDD, é apenas uma questão de tempo até que os conhecimentos das duas áreas sejam transferidos e compartilhados.
A interdisciplinaridade pode resultar, então, em uma equipe versátil e multifuncional, o que deve refletir em um resultado final ainda mais coeso e complexo.
3. Dinamismo na geração de documentação ↩
Muitas vezes, as equipes precisam fazer uma escolha difícil entre documentar adequadamente o sistema ou trabalhar de forma ágil, no menor intervalo de tempo possível.
Uma das vantagens do framework BDD é a possibilidade de maior dinamismo na geração dos documentos relativos ao sistema.
Essas plataformas são capazes, inclusive, de gerar relatórios em HTML, garantindo maior comodidade em caso de necessidade de consulta posterior àqueles dados.
4. Visão geral do objetivo do projeto ↩
Se o objetivo do projeto não é claro e devidamente compartilhado entre todas as partes envolvidas, chances são de que esse projeto culminará em fracasso.
Desse modo, a metodologia de Desenvolvimento Orientado por Comportamento aponta que os cenários sejam bem descritos por analistas e testers muito antes do teste propriamente dito.
Assim, será possível contemplar uma visão geral das metas do projeto antes mesmo de que comece a codificação, reduzindo a ocorrência de falhas durante a implementação.
Quais são as fases do Behavior Driven Development? ↩
Estamos falando de uma metodologia, o que significa que existe um processo a ser seguido, com fases bem definidas para que o resultado seja o esperado.
Confira as fases do formato BDD!
Descoberta ↩
Durante a fase de Descoberta, uma conversa bem estruturada se transforma em uma história que deve contribuir para os resultados comerciais e garantir que todos os envolvidos tenham uma compreensão compartilhada sobre o projeto.
É o momento em que as funcionalidades do produto serão descobertas (ou idealizadas), vão se delinear os fluxos de negócio e será possível contemplar uma visão geral do projeto e de suas metas.
Quando tudo estiver bem explicado, as partes devem se reunir para uma conversa estruturada em torno de técnicas de Desenvolvimento Orientado por Comportamento, como Example Mapping e 3 Amigos.
Definição ↩
Depois que as perguntas mais importantes tiverem sido feitas e respondidas, chegou a hora de descobrir quais respostas têm potencial para virar uma regra de negócio, um requisito para aceitação ou, quem sabe, uma nova história.
Assim como na etapa de Descoberta, na Definição os processos também são detalhados a partir de conversas entre as partes envolvidas e alinhamento por meio de Grooming.
Formalização ↩
A terceira fase do BDD consiste na Formalização dos itens que tenham sido levantados durante a etapa de Definição.
As respostas obtidas nas fases anteriores devem ser descritas em uma linguagem que seja amigável e facilmente compreendida por todos os envolvidos, não importa sua área de atuação.
Entrega ↩
O desenvolvimento transcorreu sem percalços, todos os processos de testagem da história correram conforme o esperado e chegou a hora de apresentar o resultado para o Product Owner, profissional dedicado a maximizar o valor de um produto.
A fase de Entrega acontece durante os ritos de review para que o produto seja validado e, sem seguida, encaminhado para a cadeia de produção.
No entanto, essa etapa não significa que o trabalho acabou. A funcionalidade deve ser devidamente monitorada mesmo depois de seguir para produção, para possibilitar a geração de feedbacks em torno da fabricação e utilização do produto.
Quais são os erros mais comuns em BDD? ↩
Por mais eficiente que seja a metodologia BDD, alguns erros relativamente comuns podem comprometer o resultado final.
O erro mais grave que pode ocorrer durante os processos de desenvolvimento é uma comunicação falha entre os profissionais de diferentes áreas de expertise.
Se os desenvolvedores e testers não estiverem em constante comunicação, especialmente nas etapas de Descoberta e Definição, o projeto pode não alcançar suas metas centrais.
Além disso, você não pode se esquecer de que a testagem é essencial na metodologia de Desenvolvimento Orientado por Comportamento: apenas registrar os exemplos mapeados não é o suficiente, é preciso testá-los e formular soluções ágeis.
Por fim, não minimize a importância da fase de Descoberta do produto. Muitas vezes, os profissionais deduzem que já sabem tudo que precisa ser feito e deixam essa etapa de lado, pulando direto para a fase de Definição.
Quando isso acontece, falhas em potencial podem passar despercebidas simplesmente pelo fato de que ninguém se deu ao trabalho de registrá-las e, consequentemente, testá-las.
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