homem negro com cabelo curto e barba, vestindo uma camiseta branca por baixo de uma camisa jeans, está sentado em uma mesa escrevendo em um papel, segurando um tabblet e com uma xícara de café no canto esquerdo

O que é e o que faz um gerente de produto ou Product Owner

Rafael Cichini
em

Você já se perguntou o que de fato faz o Product Owner, ou fora da linguagem do Scrum, o que faz o gerente de produto, não se perguntou? Se não, tudo bem :), este post será útil mesmo assim.

No livro do Marty Cagan, Inspired, o trabalho do Product Manager é descrito como:

Descobrir o valor do produto, quão útil ele é, e se é um produto viável.

Definição das competências do PO / Product Owner

Negócios

Gestão de Produto é acima de tudo uma função de negócios, focada em maximizar o valor do negócio a partir de um produto. Gerentes de Produto devem ser obcecados pela otimização de um produto para atingir os objetivos de negócio, maximizando o retorno sobre o investimento.

Tecnologia

Não é necessário que o Product Owner saiba codificar o produto, desenvolver toda a parte técnica, mas é necessário ter ótimos conhecimentos relativos ao como fazer e ao esforço envolvido, bem como um ótimo relacionamento com os times de desenvolvimento. No mercado de desenvolvimento de software, isso é mais que necessário, pois boa parte do dia do Product Owner é ao lado dos programadores.

Experiência do Usuário

O Product Owner é a visão do usuário dentro da empresa, é o responsável, dentro do desenvolvimento do produto, por garantir que os usuários terão uma excelente experiência. Isso não significa que o PO precisa saber fazer protótipos, wireframes ou layouts. Se souber, ótimo, porém é importante que consiga passar o que captou com o público que utiliza ou irá utilizar o produto para que possa direcionar o desenvolvimento do produto ao objetivo de negócio que a área responsável por UX precisará resolver.

Mas por quais motivos estas competências são necessárias para o Gerente de Produto/Product Owner?

O papel do Product Owner, em si, é extremamente amplo e variado e estas três competências são extremamente necessárias, pois são usadas todos os dias.

O produto começa a ser concebido a partir da Visão do Produto, e para montar essa visão do produto é necessário muita pesquisa, investigar e conhecer o mercado, conhecer o perfil de quem será o cliente/usuário do produto e ter muito claro qual o problema que este produto precisa resolver.

É necessário assimilar muitas informações, feedback de clientes, métricas dos web analytics, tendências de mercado, estatísticas e ainda entender como montar o plano financeiro do produto. Após coletar essa infinidade de dados, deverá compilar, interpretar e, de forma criativa, objetiva e consciente, definir qual a visão do produto.

Se, após ter a visão do seu produto definida, o Product Owner não estiver apaixonado pelo produto, algo está muito errado. Ou está no emprego errado ou não definiu uma boa visão para o produto. É extremamente importante que o PO seja apaixonado pelo produto, pois ele precisa evangelizar a ideia e levar a visão e missão para todos os envolvidos, contagiando stakeholders e membros do time de desenvolvimento.

Após ter muito bem definida sua visão, entra-se na fase de montar o plano de ações para que este produto seja materializado. Nessa fase, o trabalho se aproxima de forma quase que análoga ao papel do Gerente de Projeto. É  quando serão montados o backlog, o roadmap, as releases e, de fato, o desenvolvimento do produto.

Apesar de análoga ao trabalho do Gerente de Projeto tradicional, a forma de fazer este trabalho dentro dos métodos ágeis é muito diferente dos métodos que chamamos de Watterfall. A forma de quebrar as entregas, planejar o roadmap, priorizar as features… todo este trabalho dentro dos métodos de desenvolvimento ágil é executado de forma mais interativa e colaborativa, sempre com metas de negócio muito bem definidas. Isso faz com que a tentação do pensamento orientado a funcionalidades do produto seja ignorada, deixando apenas a visão inicialmente definida, servir como a linha guia para desenvolvimento e evolução do produto.

O desenvolvimento de produto usando os métodos ágeis como o Scrum, é interativo e incremental. É um trabalho constante de inspeção e adaptação. As pequenas entregas precisam gerar valor de negócio. Com isso, é possível começar a colher novamente informações de mercado, informações dos clientes e usuários do produto e garantir que o objetivo de negócio do produto está sendo atendido e que se está no caminho certo.

A grande vantagem do modelo ágil e do Product Owner é que todo o trabalho é realizado e apoiado ao que é mais importante em um produto: o valor de negócio. Não adianta em nada ter um produto completo, cheio de funcionalidades que não atende o mercado ou que são irrelevantes para a comercialização e sucesso do produto.

Apesar do nome Product Owner, os verdadeiros donos do produto são os usuários do produto. São eles que compram, pagam e justificam o desenvolvimento do produto. O papel do Product Owner é complexo, pois precisa conseguir traduzir todas as informações coletadas, e gerar um produto com alto valor de negócio. Mesmo um produto interno, precisa gerar valor de negócio para quem o utiliza.

Às vezes, parece um discurso marketeiro, martelar sobre valor de negócio, porém quem trabalha com métodos ágeis é totalmente orientado a negócios, metas e definição do que é sucesso e fracasso.

É muito comum um stakeholder solicitar uma funcionalidade, demandar algo tentando já entregar a solução, porém o Product Owner é extremamente ativo, persuasivo e, utilizando técnicas e um discurso convincente, é capaz, por exemplo, de fazer com que esta funcionalidade, que não entrega valor de negócio ao produto, não entre nem mesmo no backlog.

Vale lembrar que existem técnicas para que isso seja feito sem gerar desconforto.

No desenvolvimento ágil, não temos a cultura de impor, temos a cultura de demonstrar que algo funciona ou não funciona de forma prática.

Nossa cultura preza tanto o termo “valor”, que, mesmo para solicitar algo ao time ou mudar a forma com que trabalham, evitamos ao máximo fazer de forma impositiva. Mudamos primeiro em nós para mudar os outros. Nossas ações impactam e impulsionam as mudanças em quem está a nossa volta. Por isso, é importante se apaixonar pelo produto, pois o PO precisa ser um verdadeiro evangelizador.

O papel do PO é extremamente importante e vital um produto.


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