O que é gamificação e como usá-la em seu projeto

A gamificação é vista como um meio para atingir objetivos envolvendo pessoas e a resolução de problemas em diferentes ambientes e contextos, ao utilizar a dinâmica dos jogos para aumentar o interesse, a participação e a eficiência na execução de tarefas. Com isso, nos questionamos, o que é gamificação e como usá-la em um projeto?

O que é gamificação? ↩

Do inglês gamification, conforme Vianna et al. (2013), a gamificação emprega mecânicas de games para situações que não são de entretenimento, evidenciando-se na inovação, marketing, treinamento e desempenho de colaboradores, mudança social, principalmente, nos setores educacionais, empresariais e da área da saúde.

Através do método é possível utilizar recursos de jogos como personalização de avatares, realização de missões e conquistas de prêmios por pontuação, através da dinâmica da interatividade de games com a finalidade de alcançar objetivos positivos na vida real. Diversas áreas como saúde, educação, política e business vem adotando a gamificação para oferecer uma melhor experiência do usuário e garantir uma prática imersiva e interativa para diferentes públicos, aumentando a eficácia e engajamento em atividades e agregando valor ao negócio como estratégia.

Mas, como aplicar a gamificação na sua empresa?

O método é bastante comum e tem sido utilizado aliado ao negócio em etapas que correspondem ao recrutamento e seleção, onboarding para novos colaboradores e treinamentos corporativos. Além disso, ele pode ser usado para envolver a comunicação interna no lançamento e manutenção de produtos e serviços, bem como em estratégias de marketing e, especificamente, nas atividades cotidianas do colaborador dentro da empresa.

Fluxo com 3 tópicos sobre gamificação: mecânicas, dinâmica e elementos.

Fonte: elaborado pela autora com base no artigo “Mechanics, Dynamics, Aesthetics: A Formal Approach to Game Design”. LeBlanc (2004).

Outro autor também muito importante que fala sobre os pilares da gamificação, o coreano Yu-Kai Chou, explica que essa metodologia é baseada nos seguintes princípios: vocação, desenvolvimento e conquista, fortalecimento da criatividade, influência social e pertencimento, escassez e impaciência. E que tem como objetivo uma abordagem human-focused design, para gerar maior motivação e engajamento.

Quais passos seguir para usar a gamificação em seus projetos? ↩

Segundo Kevin Werbach (2014), empresário, autor americano, professor na The Wharton School, Universidade da Pensilvânia e criador do Framework 6D. Em seu curso Gamificação, ele explica diversos pontos que podem ser abordados durante as etapas dessa metodologia para uma experiência completa. Sendo:

Definir objetivos do projeto (Define Business Objectives);
Delinear o comportamento do alvo (Delineate target behavior);
Descreva seus jogadores (Describe yours players);
Desenvolver loops de atividade (Devise activity loops);
Não se esqueça da diversão (Don’t forget the fun);

Implantar ferramentas apropriadas (Deploy appropriate tools).

1. Definir objetivos do projeto ↩

Essa etapa é referente ao que se pretende alcançar com a gamificação. É preciso definir o escopo, se o projeto será voltado para os colaboradores da empresa, quem será o stakeholder, entre outras questões. A intenção é fazer eles trabalharem de forma mais eficiente ou é para criar o hábito de executarem tarefas diárias para a empresa?

2. Delinear o comportamento do alvo ↩

Nesta etapa, você precisa descrever o comportamento do seu público-alvo. Desta forma, a gamificação pode ser criada com um objetivo claro em mente. “Como espero que meu público aja durante e após a execução deste projeto?”, é a principal questão neste processo.

3. Descreva seus jogadores ↩

Essa etapa é a que mais envolve a análise do público-alvo. O que você sabe sobre eles? A criação de personas é uma ótima estratégia para aplicação dessa etapa onde você pode pesquisar sobre faixa etária, demografia, estilo de vida. É sobre definir os tipos de jogadores que farão parte do seu jogo.

**4. Desenvolver loops de atividade** ↩

Nessa etapa se avalia as atividades que ocorrem de forma repetitiva, chamadas loops de engajamento ou recursiva, chamadas de loop progressivo. O primeiro ponto corresponde à motivação do usuário em executar algo esperado, a ação para realizar a tarefa e o feedback imediato para motivá-lo a repetir o ciclo. O segundo ponto corresponde às atividades intermediárias onde o sistema fornece pequenos desafios para o usuário realizar.

5. Não se esqueça da diversão ↩

Não podemos esquecer o lado divertido da gamificação. O usuário ainda deverá executar e concluir tarefas dentro do sistema, mas não precisa ser algo enfadonho, certo? Segundo Marc LeBlanc (2004), em sua pesquisa “8 kinds of fun” (8 tipos de diversão), as seguintes palavras descrevem de forma mais clara a diversão encontrada nos jogos:

Imagem com os 8 tipos de diversão, incluindo uma breve descrição sobre cada um deles. Sendo: Sensação, Fantasia, Narrativa, Desafio, Irmandade, Descoberta, Expressão e Submissão.

Fonte: elaborado pela autora com base no artigo “Game Design and Tuning Workshop Materials”, de LeBlanc (2004).

6. Implantar ferramentas apropriadas ↩

A etapa final em 6D é usar as ferramentas certas! Aplique a mecânica de jogo e os elementos corretos para combinar com a dinâmica usada para o seu tipo de jogador.

Com isso, a gamificação mostra-se uma ferramenta completa para empresas e negócios, potencializando os resultados das ações ao transformar tarefas normalmente monótonas em experiências dinâmicas e envolventes. Os recursos do jogo utilizados por esta ferramenta irão naturalmente estimular o entusiasmo das pessoas, atrair a atenção e manter o interesse pelas atividades, ter um impacto positivo no seu dia-a-dia e até ajudar a mudar comportamentos.