Você já ouviu falar em Product Design (ou design de produto)? Esse campo exerce um papel fundamental para pensar e propor soluções para problemas que possam afetar o crescimento da sua empresa.
Mas o que esperar de um Product Designer? Que benefícios ele pode trazer para a sua empresa? Como as noções de design thinking e UI/UX design se relacionam com esse profissional? Por que investir em design de produto?
Neste artigo, vamos responder essas e outras perguntas para mostrar a importância de contar com um product designer em sua equipe. Veja só!
Fonte: Unsplash | Autor: Alvaro Reyes
O que é product design ↩
O primeiro passo para compreender o quanto Product Design pode ser útil para a sua empresa é descobrir do que, afinal, se trata o termo.
O conceito surgiu no começo do século XX, na escola vanguardista Bauhaus, da Alemanha, que apontou para a importância de pensar produtos com foco no processo de produção e no usuário final.
Desde então, o termo ganhou força e passou a ser aplicado até mesmo para produtos digitais.
Em poucas palavras, Product Design (em tradução literal, “design de produto”) é tudo relacionado ao produto.
Isto é, a criação, o modelo de negócio, as tecnologias utilizadas para sua produção, a campanha de lançamento, o ciclo de vida do produto, retenção de usuários e até a evolução dos consumidores.
Para que um produto tenha o máximo de sucesso possível no mercado, a jornada desse produto deve estar adequadamente alinhada ao seu ciclo de vida e às necessidades do usuário e da empresa.
Se o usuário está contente e devidamente atendido por aquele produto, invariavelmente vai levar engajamento e, consequentemente, lucro para o seu negócio.
O que faz um product designer ↩
Se o Product Design cuida da criação e do desenvolvimento de um produto (seja ele físico ou digital) de ponta a ponta, o product designer é o profissional responsável por esses processos.
Ele deve criar novos produtos, evoluir produtos que já existem ou, muitas vezes, resolver problemas que estejam afetando determinados produtos, sempre com foco na perspectiva do usuário, a partir da aplicação de diferentes metodologias, técnicas e abordagens.
Esse profissional deve ter um olhar multidisciplinar, capaz de acompanhar o processo de criação e desenvolvimento desde o começo até a conclusão do projeto.
- Leia também: Mercado, tecnologia e design system
Qual a relação entre UI/UX design e Product Design? ↩
Embora o conceito de Product Design possa ser aplicado no desenvolvimento de quaisquer produtos, inclusive físicos, atualmente a maior parte dos produtos trabalhados por esse ramo do design é voltada para o mundo digital.
Por isso, foi necessário que surgisse um novo ramo dentro do design de produto capaz de solucionar problemas específicos do digital: o UI/UX design.
Existem diversas similaridades e habilidades compartilhadas entre esses campos do conhecimento, mas também algumas diferenças.
No fim das contas, como o product designer acompanha o projeto do começo ao fim, é mais provável que esse profissional tenha uma visão mais completa do processo.
Confira mais detalhes sobre a atuação dos designers de produto e UI/UX:
Designer de produto ↩
É o profissional responsável por pensar o projeto como um todo, incluindo necessidades dos usuários e da empresa, estratégias de mercado e apontamento de métricas que permitam mapear o sucesso do produto.
Sua visão deve ser multidisciplinar, passando por noções de marketing, business e até mesmo UI/UX para propor as melhorias necessárias aos projetos.
UI/UX Designer ↩
O profissional de UI/UX tem foco exclusivo na experiência do usuário. Para isso, deve ter bom conhecimento sobre as personas daquele produto, qual sua aplicabilidade e que tipos de problemas podem surgir durante o uso do produto.
Muitas vezes, esse profissional vai trabalhar em parceria com o designer de produto e participar de algumas etapas de desenvolvimento do produto, como prototipação e testagem.
O que é Design Thinking ↩
Por mais conhecimento que tenha acumulado ao longo da carreira, o product designer pode (e deve) utilizar processos e ferramentas que possam otimizar seus resultados. E é exatamente aí que entra o conceito de design thinking.
Como o nome sugere, esse conceito teve origem no design, mas acabou se expandindo e hoje é aplicado em inúmeras áreas (especialmente serviços e produtos digitais) com diferentes aplicações possíveis.
Nesse sentido, é importante salientar que não estamos falando de um método propriamente dito: o design thinking é uma abordagem que possibilita reunir o máximo de perspectivas distintas possível para chegar aos objetivos almejados.
Na prática, isso significa que você pode utilizar essa abordagem para solucionar problemas, elaborar novos produtos ou serviços, propor melhorias que possam agregar mais valor ao produto, entre outros.
O foco está sempre no usuário, desde o processo de desenvolvimento do produto até sua consolidação no mercado.
A equipe (preferencialmente formada por profissionais multidisciplinares) deve trabalhar de forma cooperativa e colaborativa para encontrar as melhores estratégias para atender ao usuário.
Desse modo, é possível combinar os interesses corporativos e criativos em nome de um único objetivo. Isto é, toda a atenção está nos usuários para chegar às soluções e inovações necessárias para garantir o sucesso do produto.
Confira outras características do design thinking!
Abordagem baseada em soluções ↩
A partir de uma abordagem de design thinking, profissionais como product designers e UI/UX designers podem pensar a solução de problemas de maneira simultaneamente ágil e criativa.
Isso acontece porque esses designers são encorajados a desenvolver diferentes modelos, testá-los tanto quanto possível e otimizá-los (ou abandoná-los) de maneira precoce no projeto.
Quando se percebe o problema antes mesmo que ele surja, é possível corrigi-lo sem maiores danos ou prejuízos.
Foco no usuário ↩
De nada adianta um produto fantástico, cheio de aplicações, que não é utilizado adequadamente pelo usuário ou não tem apelo comercial.
Nesse sentido, o design thinking pode oferecer uma vantagem competitiva à sua empresa, pois o foco está no usuário, no negócio e no produto.
Assim, os profissionais conseguem realizar a análise de viabilidade técnica e desenvolver produtos com usos e aplicações úteis para o usuário, ou seja, com mais chances de ter uma boa aceitação no mercado e, por consequência, gerar mais retorno para a empresa.
Menos incertezas no processo de criação ↩
Uma das principais características do design thinking é a aplicação de testes, testes e mais testes, desde o começo do desenvolvimento do produto até depois de seu lançamento, o que mitiga as incertezas que possam surgir no processo de criação.
Afinal, o time conhece muito bem o usuário, o negócio e o produto que está desenvolvendo.
Dessa forma, torna-se possível diagnosticar problemas de usabilidade ou execução tão logo seja possível e, assim, propor soluções, ajustes ou melhorias.
Etapas do design thinking ↩
O design thinking é, antes de tudo, um processo, o que significa que existem etapas que devem ser seguidas para sua aplicação bem-sucedida.
O primeiro passo é conhecer a fundo o problema que precisa de solução e, só depois, começar a análise de potenciais soluções e sua aplicação.
Nesse sentido, podemos dividir o design thinking em quatro passos: imersão, ideação, prototipação (ou testagem) e desenvolvimento.
Cada uma dessas etapas, que devem contar com a participação de toda a equipe, é indispensável para garantir que o projeto vai render os resultados esperados. Veja só!
Imersão ↩
Só é possível solucionar um problema se você souber qual é o problema. Por isso, a primeira etapa do processo de design thinking é a imersão, um mergulho na realidade da empresa e do mercado, através do benchmarking, além de tudo o que está relacionado ao negócio.
Nessa etapa, é importante mapear eventuais ameaças, gargalos, oportunidades, pontos fracos e fortes do negócio, sob as perspectivas da empresa e do usuário.
Isto é, é necessário avaliar feedbacks de clientes e fornecedores, conhecer a cultura organizacional da empresa, avaliar o desempenho dos colaboradores, e por aí vai.
Ideação (processo colaborativo entre designers, devs e stakeholders) ↩
Depois de “mergulhar” na etapa de imersão e aprender tudo sobre a empresa, o profissional estará pronto para apontar quais aspectos precisam de melhorias e quais podem ser mantidos como estão.
Na etapa da ideação, serão produzidas ideias relevantes, que possam levar a melhorias necessárias.
Para isso, o Product Designer vai trabalhar com insights alcançados via Big Data, se reunir com a equipe para brainstormings e aplicar outras técnicas que possam resultar em ideias aplicáveis no negócio. Além disso, é o momento para criação de roadmaps, priorização de features, validação, entre outros processos.
Prototipação ↩
As ideias obtidas na ideação devem ser refinadas no processo de prototipação: é nessa etapa que as principais ideias serão selecionadas com base em uma matriz de esforço e valor, de acordo com o roadmap de entregáveis.
Para evitar o desperdício de recursos, o ideal é desenvolver uma versão beta, isto é, um protótipo, para decidir se aquela ideia já está pronta para chegar ao usuário, quais ajustes precisam ser realizados ou se é melhor cancelar o projeto e partir para outro produto.
Desenvolvimento ↩
Se as etapas de imersão, ideação e prototipação foram bem-sucedidas, o último passo é tirar tudo do papel e colocar seu produto ou serviço finalizado no mercado.
Isso não significa apenas construir ou montar o produto. É indispensável definir estratégias de lançamento, marketing e fidelização para que aquele produto não fique esquecido no fundo das prateleiras e gere os resultados esperados.
O trabalho não acaba após a venda: o Product Designer também deve atribuir métricas para monitorar o produto e a satisfação de seus usuários para identificar problemas ou apontar inovações que possam garantir o sucesso longevo do projeto.
Vantagens do design thinking ↩
O modelo de design thinking é tão bem-sucedido que é utilizado há mais de uma década por várias gigantes do mercado, como Nike, Netflix, Havaianas e Apple, graças aos benefícios trazidos pelo conceito:
- Otimiza a forma como empresas desenvolvem produtos e serviços;
- Potencializa as interações entre o time e especialistas de outras áreas;
- Possibilita o desenvolvimento de estratégias criativas para solucionar problemas e gerar inovações;
- É um processo bastante flexível e pode ser adaptado sempre que necessário para chegar aos melhores resultados.
Como aplicar o design thinking no seu negócio? ↩
Não basta contratar um product designer e esperar que esse profissional simplesmente comece a aplicar conceitos de design thinking em seu negócio.
Antes de qualquer coisa, é indispensável assegurar que a cultura organizacional da sua empresa ofereça espaço para atividades nesse formato.
Seus colaboradores precisam estar confortáveis o suficiente no ambiente corporativo para pensar em problemas e soluções. Isso significa garantir que seus funcionários estejam motivados, confiantes e preparados para apresentar suas ideias e propostas.
Além disso, a empresa precisa implementar uma política de coleta e análise de dados, o que pode orientar o diagnóstico e a resolução de problemas. Afinal, dados e estatísticas são imprescindíveis para auxiliar o processo criativo bem-sucedido.
Por que investir em product design e design thinking? ↩
“Se você acha que um bom design é caro, você deveria ver o preço de um design ruim”. A frase do CEO da Jaguar Land Rover, Dr. Ralf Speth, pode resumir bem a importância do investimento em product design e recursos de design thinking.
Os product designers atuam para que os produtos desenvolvidos não sejam apenas fáceis de usar ou esteticamente agradáveis. Esses profissionais são especialistas em tornar o produto adequado, consistente e competitivo para o mercado.
É esse profissional que irá apontar como o time de produto deve operar para desenvolver o projeto, que tipos de problemas podem surgir e, mais importante ainda, como solucioná-los.
Além disso, como os produtos são testados desde cedo e à exaustão, sua empresa pode economizar muito tempo e dinheiro, pois é muito mais barato corrigir ou até interromper um protótipo do que um projeto completo.
Como essa abordagem é extremamente eficiente para chegar a soluções para problemas importantes relativos ao produto e ao negócio, pode render excelentes frutos para a empresa.
O resultado é o desenvolvimento de produtos adequados às realidades do mercado e às expectativas dos usuários, capazes de ampliar a cartela de clientes da sua empresa, expandir os negócios e oferecer novas oportunidades para a sua organização.